O que aprendi com Caio Barbosa da Lumx
Sobre minhas anotações e aprendizados do último OFF THE GRID
Essas são as minhas anotações e compilados de aprendizados do último OFF THE GRID. Assista ao episódio #009 com Caio Barbosa da Lumx agora mesmo no Youtube ou Spotify.
Vamo nessa:
Vender antes de construir
Eu sei que já trouxe esse aprendizado aqui, mas vou ficar voltando nele todas as vezes que algum founder falar que fez a primeira venda antes de ter um produto. Sempre bom lembrar que é possível vender antes de construir. No caso da Lumx, o primeiro cliente foi a Reserva, que fez uma coleção de NFTs. Por algum acaso do destino, uma das primeiras pessoas do time da Lumx conhecia os fundadores da Reserva e fez a ponte acontecer.
Antes de ter um produto propriamente dito, Caio fechou o negócio com a Reserva no risco que se pagou absurdamente. O case fez tanto sucesso que estrelou até reportagem da Forbes. A partir do hype dos NFTs da época e o renome que a Lumx rapidamente alcançou, fecharam mais clientes e terminaram o primeiro ano de operação com faturamento de mais de 4 milhões de reais.
Replicável vs Escalável
O modelo inicial da Lumx foi um sucesso e conseguiu fazer o faturamento saltar de zero a alguns milhões com velocidade. Porém, o serviço prestado pela Lumx era similar ao de uma consultoria ou “agência de lançamentos” como Caio explicou. Na prática, a Lumx ajudava a tirar projetos de NFT do papel e ganhava um revenue share das vendas primárias e secundárias das coleções.
No auge do bull market esse modelo fazia sentido, mas não se traduzia em um produto com recorrência ou que fosse escalável. Uma vez que uma coleção era lançada, era necessário manter a vontade de comprar os NFTs em outras pessoas para movimentar o mercado secundário e terem alguma receita. Fora que todo o trabalho prévio ao lançamento e idealização das coleções é muito high touch e exige horas de trabalho e energia em gestão de comunidades.
Antecipar os limites do modelo
Caio compartilhou que uma decisão difícil mas necessária de ser tomada foi abandonar o modelo antigo para fazer o pivot. Os founders da Lumx conseguiram enxergar que estavam fazendo muito sucesso por conta da alta do mercado, mas que isso não seria verdade para sempre. Entenderam que precisavam sair de um modelo replicável para um produto que pudesse ser escalável.
Naquele momento, a Lumx já tinha enxergado a oportunidade de oferecer infraestrutura para empresas que quisessem construir soluções na web3. Mas sabia que para construir uma solução robusta o suficente para atender clientes enterprise precisaria de um time bom e de tempo. Ou seja, precisariam de runway para fazer o pivot. Assim que Caio e seus sócios decidiram captar, o que acabou os levando ao deal com o BTG que aportaria muito mais do que somente dinheiro.
Jornada pessoal
Algo que me chamou atenção na história do Caio foi sua jornada pessoal. “Cria de Bangu”, como ele mesmo diz, e estudante de direito até alguns anos atrás, viveu uma jornada inesperada até se tornar founder de uma das principais startups de web3 do Brasil. Um ponto de virada na sua vida foi trabalhar em um startup, ainda como estagiário de direito. Lá viu que queria estar próximo do desenvolvimento de produto, sem saber muito bem como. Por acaso viu uma oportunidade no LinkedIn e fez um bootcamp de gestão de produto e UX/UI onde se encontrou. O segundo ponto de virada, que culmina na criação de sua própria startup, foi a exposição a subcultura dos NFTs e grupos do Discord enquanto pouca gente olhava para isso. Tudo por seguir sua intuição e sua curiosidade.
Hoje o Caio tem um escritório na Zona Sul do Rio, trabalha da Faria Lima em São Paulo, já saiu algumas vezes na Forbes — até como Under 30 — e viaja o mundo para conferências. O mais legal é que nada disso parece ter subido a cabeça dele. Sempre com um sorriso no rosto — apesar da cara de mau na revista — todas as interações que tivemos foram leves e divertidas. Não sei se me identifiquei com a história do underdog que não conhecia ninguém na indústria, com as risadas fáceis ou com o fato de ter saído do subúrbio do Rio de Janeiro (o primeiro escritório da Touts foi na Vila da Penha).
Não faça squatting!
Edu e Caio contaram histórias engraçadas de pessoas que compraram domínios web3 com nomes de marcas famosas na esperança de revendê-los no futuro. Essa prática é conhecida como Cybersquatting e ficou famosa com o boom da internet. Quando domínios .eth ou .wallet começaram a ser lançados, muitas pessoas tentaram fazer o mesmo que no início da web.
O problema é que isso é considerado crime para domínios “normais” e, aparentemente, o mesmo vale para domínios web3. Contaram a história de alguém que comprou um domínio hotmart.eth e foi processado pela Hotmart! Moral da história: não vale a pena tentar ganhar dinheiro fácil em cima dos outros 😂
Esses foram os aprendizados do último episódio do OFF THE GRID. Se você achou interessante, não deixe de participar da nossa próxima live. Lá você vai poder interagir e mandar perguntas para seu próximo founder favorito.
OFF THE GRID é um oferecimento de Basecamp e Scarf.
Até a próxima!